quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre Mestres e professores (lembrando Warat...)

Por Vladimir Luz


Ser professor não significa ser mestre. Pode parecer mero jogo de palavras, mas entendo que há uma profunda diferença nos diversos sentidos que podem ser atribuídos a estas singelas denominações.

            Professor instrui, o mestre provoca; o primeiro tem caminho de ofício a didática, o método, já o segundo trabalha com o incerto, a confusão e o espanto. Os professores nos cativam, os mestres nos marcam. Professores não são menos importantes que os mestres, ocorre que cada um tem um caminho, um chamado próprio, um risco e um desafio a seguir. Ser professor é difícil, depende do domínio de certas ferramentas e muita vivência no mundo da docência; ser mestre depende mais de atitude, de ações, decisões e exemplos vividos na própria carne.

            Não se é professor apenas quem está diante de uma classe, tampouco é mestre quem tem títulos expostos nas paredes. Professores, num sentido amplo, são aqueles que nos ajudam no caminho, mestres são os que nos ajudam a abrir nossos caminhos. Nossa vida é cheia de mestres e professores, ainda que eu tenha visto mais professores ao longo da vida do que mestres. O professor quer que o aluno aprenda, o mestre quer o discípulo seja mestre. O mestre sabe que precisa ser “desimportante” no futuro. A felicidade do professor é a aprendizagem, a do mestre é autonomia; professores são garantidores da tradição, mestres são destruidores de instituições. 

            Nesse caminho curioso que chamamos vida, precisamos de ambos, de professores e de mestres. Na verdade, não se é exclusivamente mestre nem exclusivamente professor: isso muda com o tempo. A questão é estar preparado e alerta para qual deles a vida nos chama. Eis o desafio.


Fonte: (http://assessoriajuridicapopular.blogspot.com/2010/12/sobre-mestres-e-professores-lembrando.html)

domingo, 26 de dezembro de 2010

My Choice


Vi essa imagem na internet e achei muito interessante, não sei qual é a fonte...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O que nos une?!

O que nos une?! Assim respondeu Luís Alberto Warat no exercício que serviu para construirmos a Carta de Buenos Aires...
"Que nos une?" 
E o mestre respondeu, num cartão de papel amarillo: "Construir un mundo en donde cada uno es un encuentro con los otros".
Sim, é o que nos une... e o que nos unirá sempre!!
Gracias por todo, Luis!! Faremos viva a sua memória!!
Texto de Jaqueline Sena (Casa Warat São Paulo)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A BENÇÃO, WARAT!


Por Dhiogo Aguiar

Domingo, de tantos outros domingos bem brasileiros, toco meu violão, batuco um pandeiro, tomo minha cerveja e que assim seja, convido os amigos para uma roda, um batizado de Angola que, como em toda casa de bamba, termina num bom samba.
E, ainda enquanto ouvia as palavras do mestre Cartola, telefonei para Dudu, Dudu de Angola, para chamá-lo para falar da vida, descubro de um amigo a partida, um amigo a quem mal conheci em pessoa.
Permita-me, Professor, chamá-lo assim. O mestre que, assim como Cartola, ia logo falando aos mais desavisados, aqueles que deixavam os sentimentos um pouco de lado: "Preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó."
E assim, batendo em conceitos estruturais eu o vi na defesa da dissertação de mestrado de Dudu de Angola, conhecido por muitos como Eduardinho. Vi o mestre ensinando que através de questionamentos é possível atingir sim, o que se quer.
Todavia, lendo isso certamente ele me perguntaria? "O que você quer, meu rapaz?"
Eu?! Nada! Afinal, por que tenho sempre que querer alguma coisa?! Não posso simplesmente escrever por escrever, simplesmente me expressar, comunicar, falar para alguém me ouvir, ainda que não diga nada?!
Todavia, se você escreve por escrever, apenas para se expressar, você já quer alguma coisa...
E, é querendo alguma coisa, despretensiosamente, que me pergunto: como poderia falar de você, Professor?
Essa resposta eu não tenho, e com você, aprendi a sempre duvidar do óbvio, do que está na cara, e das respostas prontas.
Fica sem resposta, então, quem disse que preciso responder?!
Apenas gostaria, ao som de samba, pedir-lhe a benção, e dizer que ainda que tenhas vivido intensamente, "ainda é cedo, amor! Mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora da partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar!"
A benção, Vinícius de Moraes, sua benção, Cartola, a benção, Luís Alberto Warat!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre Amar

Por Tuanny Stival

Dói o coração,
Você foi embora.
E o cantinho da boca se abre em um esboço de sorriso,
Obrigada!
Obrigada por ter ousado;
Obrigada por me mostrar o musgo entre as rochas ;
Por ter me dado a chance de ser esse musgo verdinho, que incomoda a rocha fria em sua petrificação e imutabilidade, que ousa modificá-la e no final faz sua beleza.
Ternura, ternura.
Dói o coração
Nunca o conheci assim, de pertinho
...dói
Carnavalizemos e, talvez, hoje seja o melhor dia para celebrar, celebrar alguém que viveu!
Hoje o tango é mais bonito, aflora a dor e a paixão
Hoje o palhaço coloca sua mais bela fantasia, sabe que a alegria deve ficar, embora queira ir contigo
Hoje o Pierrot chora sua Colombina, é uma linda história de amor que vai tocar para sempre.
Hoje o malabarista ensaia com fitas e confetes.
Na sombrinha do frevo eu vejo um rinoceronte... Oh! Ele está excitado, olha pro céu e sorri lerdo... ele sabe.
Sabe que nada foi em vão.
Sabe que há muitas sementes férteis.
Sabe que sempre prevaleceu o amor,
Que é amor
Sabe que valeu a pena.
Sabe que sentiu.
Sabe que viveu, viveu, viveu...
Até breve!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Requiem para um Cronópio


Inércia, torpor, silêncio, lágrimas... Notícia sobre nosso querido Luis Alberto: ele já não está entre nós!

A partida dele leva um pouco de quem conviveu com ele, compartilha de suas idéias e, por meio dele, aprendeu a acreditar no impossível, na subversão de inventar novos caminhos. Warat não foi apenas um professor, foi um amigo que nos ensinou que não há conhecimento sem afeto e que o ensino é um ato de amor e sedução. Ele não semeou discípulos para repetir as suas palavras, mas foi filósofo no sentido mais literal do termo: amou o conhecimento e nos inspirou a buscar apaixonadamente os nossos próprios caminhos. Luis foi um mestre que ensinou possibilidades surrealistas de vida, o sonho como exercício, a arte do recriar-se como sujeito. Seu encantamento, foi nos ensinar a permanecer sempre abertos para a vida. Por isso é tão difícil aceitar a sua morte. Mas, ao mesmo tempo, é mais leve aceitar o falecimento de alguém que viveu com tanta intensidade os seus dias e as suas noites. Warat, neste momento de tristeza, só temos a agradecer. Obrigado por nos ter dado o prazer do seu convívio; obrigado por nos ter encorajado a nos assumirmos como sujeitos carnavalizados e criativos, geradores de nossas próprias ilusões. Warat, se o “eu” somente pode ser um “entre-nós”, como você sempre dizia, tenha certeza de que estará presente e vivo. O Beijódromo da UnB está aí! Suas idéias estão aí! Pessoas de todo o Brasil choram com a notícia de sua partida. Querido Warat, não há palavras para este momento.

Resta-nos apenas agradecer. Muito obrigado.

Alexandre A. Costa, Eduardo Rocha, Eneida Dultra e Marta Gama

A noite está calada


Por: Daniela Diniz

A noite está calada,
Nem a brisa fala.
Queria que das estrelas descessem
As mais belas palavras
Para este lamento de amor
E descrevessem o brilho de seus olhos
Que escorriam nas paixões
Nos encontros, nos textos,
Nos desejos de outro porvir.
A esperança nas possibilidades
A fé na diversidade
A pura tez branca
A luminosidade por trás da dúvida
A abertura para ser fiel a si mesmo.

Desse silêncio noturno,
Donde cai uma chuva de água e sal,
Um breve alento vem das flores
Da certeza de que agora,
Seus olhos cerrados
Estão a sonhar
As mais belas paisagens
Que as estrelas não puderam
me emprestar.


...

LAW



Lamentamos informar que Luis Alberto Warat no está más con nosotros.

16/12/2010

Casa velatoria: Malabia 1662 - Palermo Ciudad de Buenos Aires
A partir de las 19 hs. de hoy jueves 16/12.


Familia Warat





.
(Extraído do Blog do Warat)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

UnB inaugura Beijódromo


  • Universidade inaugura local para namoro de alunos

  • Beijódromo faz parte de um memorial na UnB; inauguração contou com presença de Lula

  • http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=8&idnot=36945 R7

    Um espaço de convivência, usado para descanso e para estudantes namorarem. Idealizado como o encontro perfeito entre sentimento e razão, o Memorial Darcy Ribeiro, construído na UnB (Universidade de Brasília), não poderia ter nome melhor: beijódromo. O lugar foi inaugurado nesta segunda-feira (6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prédio vai abrigar todo o acervo do antropólogo e educador Darcy Ribeiro, que também fundou a universidade. O pitoresco apelido foi dado para um dos anfiteatros do edifício, que é dedicado aos estudantes. O presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, lembrou que o antropólogo tinha apenas 34 anos quando começou a projetar a UnB. Depois de pronta, ele e o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, teriam pedido à universidade uma área que abrigasse toda a sua obra - já naquela época era previsto o beijódromo. - Na companhia de Lelé, [ambos] sonharam e projetaram o beijódromo em cada detalhe. Darcy desejava que os alunos, depois das aulas, pudessem namorar e ver as estrelas. O prédio do beijódromo tem dois andares, em uma área total de 2.000 metros quadrados. Por fora, a construção lembra uma mistura de nave espacial e oca indígena. No interior, há um espelho d'água, salas de aula e uma biblioteca com mais de 30 mil exemplares que pertenciam ao antropólogo e à sua primeira esposa, Berta Gleizer Ribeiro. O presidente Lula, que pariticpou da inauguração, disse que Darcy foi um "pensador ousado e com coragem de ter ideias próprias sem pedir licença". - O beijódromo, com esse nome tão pitoresco [...] reflete também o lado humano de Darcy Ribeiro. E entre os arquitetos brasileiros, nenhum melhor do que Lelé, pela sua história ligada tanto a Darcy quando a UnB para dar a forma definitiva ao sonho do antropólogo que olhava para os índios imaginando que o Brasil do futuro poderia aprender com eles. A obra custou R$ 8,5 milhões sendo R$ 1,7 milhões financiados pela Fundação Darcy Ribeiro e os R$ 6,8 milhões restantes pelo governo federal. O complexo no qual os quase 29 mil alunos da universidade poderão "se pegar" deveria ter sido entregue no dia 26 de outubro, quando Darcy completaria 88 anos, mas atrasos adiaram a inauguração.

domingo, 28 de novembro de 2010

Dilema



Por Fernanda Rezek


Se eu pudesse escolher
entre amar e não sofrer,
escolheria amar.

A paixão preenche a gente,
mexe o espírito descontente,
incendeia a mente sã.

Como num rito solene,
se entranha na alma,
estremece o mundo inteiro,
e faz tudo em cores fortes.

A masmorra dos sentidos;
bebe toda energia
num descompasso indecente;
tempestade visceral.

A razão se descompensa,
o corpo inteiro queima inquieto;
mesmerismo de ilusões.

O caos é disciplinado,
a corda bamba é segura,
e o gelo arde em chamas,
frente às sísmicas paixões.

Deusa de ais desesperados,
escraviza com prazer,
embebeda sem perdão.

Súditos da volúpia,
nos rendemos, indefesos,
ao enigma freudiano.

O maior desastre humano,
o mais poderoso veneno,
a certeira picada letal,
o infortúnio do sucesso.

Mas, se eu pudesse escolher
entre amar ou viver...
escolheria amar.

Ao meu pai; a pessoa mais apaixonada que eu já conheci nessa existência; pelo mundo, pela vida, pela família, pelas próprias paixões.

domingo, 21 de novembro de 2010

Meu Nome


Por: Gláucia Ribeiro
Olhando no Horizonte
Até vejo atrás dos montes
Onde devo chegar

O caminho é infinito
As vezes até me irrito
Chegando a soltar um grito
Grito de não!

Viajando na contramão
Levado pela corrupção
Eu não posso fraquejar

Mais quem vai aqui parar?
Sou menino, homem, gigante
más escondido atrás dos montes
Sem poder me revelar

Às vezes até apareço
Pelos cantos indefeso

Na esperança de chegar

Eu não posso fraquejar
Mais quem vai aqui parar?
Meu nome
É Brasil !

sábado, 20 de novembro de 2010

BUSCA


Por:Gláucia Ribeiro



Tudo e todos

Buscar aos melhores
e milhares

Pertences do universo
...o mundo inteiro

Más qual o sentido?

Se o fim dos seres
É a morte!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AUSÊNCIA


Oh!

Plena liberdade

De ti tenho vontade

A vontade de poder


Pois, na ausência da morte

Serei livre para viver


Conhecerei o oceano

Pelo deserto passarei

Subirei montanhas


E pelo imenso horizonte

Nos olhos de uma águia

O mundo inteiro eu verei...


...E ao consumir a vida

Depois de tudo que provei


Ora,

Tu morte tão fria

Não irá mais me vencer


Pois sei, ter a vida

Pois sei, ser possuída pela vida

Más também sei morrer!


Gláucia Ribeiro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Carta de Buenos Aires 2010


Carta de Buenos Aires, Reunião Internacional da Casa Warat.


Buenos Aires, una noche fría a finales de octubre de 2010.


Carta literária do Encontro Anual da Casa Warat, ocorrido nos findos dias de outubro, do ano de 2010 (dois mil e dez), en “Mi Buenos Aires, tierra florida”. A reunião começou um dia após o Cabaré Macunaíma, realizado nos arredores de Maipú. Na capital argentina, o frio era marcante e o vento deixava ainda mais gélidas as noites ébrias. Na envolvente mistura de calor humano e frio porteño, ainda inebriados pela noite em Cabaré, deu-se início a reunião.

Estában Isabela, con su hermoso pelo rubio, Leilane, con sus belos ojos pintados, Mariana con su pelo rojo claro y sus 19 años, y Jaqueline, con su pelo nero, como los de Paula. Quizás era de ellas que hablava Chico Buarque quando escribió la canción “João e Maria” ("a noiva do caubói era você além das outras três…"). Ah si, estában también los chicos: Levy, con su buen humor y su abrazo colectivo, André, con su barba, sus 20 años y su sensibilidad, Eduardo, con sus rizos pero sin su sombrero porteño, Leopoldo, con el cuidado con los otros que solo él lo tiene, argentino que habla palabras que todos las compreendem. Y claro, estaba nuestro queridíssimo Luis: lleno de energia, de projectos, com sus ideas increíbles, su poder de congregar personas y de instaurar una atmosfera mágica al su rededor. Brindava a todos palavras estéticas y afectivas que, como siempre, nos encantavam y nos nutrían a todos.

O local escolhido: El Gato Viejo. No meio do improvável e do impossível, fez-se um restaurante em delírio na antigua estación de tren, no atelier de Carlos Regazzoni. Levy pede uma garrafa de vinho, quer apresentar a todos “Angelica Zapata”. Alguns preferem refrigerante, como Isa, Leilane e Mariana. Antes de chegarem os pratos, Leopoldo lança a primeira pergunta para instigar a reflexão: ¿qué nos une?

Jaqueline logo pega papel, pedacinhos de uma cartolina amarela, cheirando a tabaco, anteriormente cortados, e distribui para todos que estão na mesa, para que possam escrever suas reflexões. As respostas, que saem de forma fragmentada, complementam-se. Leopoldo lê os bilhetes escritos em espanhol, Jaqueline aqueles em português.

A resposta era polifônica, com argentinos hablando português y brasileños falando em espanhol, mas parecia ressoar uma só voz. O que nos une? La vontad de construir un mondo en donde cada uno es un encontro con los otros. Nos une la búsqueda. Pela realização livre do espírito. Pela intersubjetividade perdida na modernidade. Por uma nova sociedade, mais humana e menos castradora. Por puertas hacia nuevos mundos. Por afinar sensibilidades. Pela despinguinização dos espíritos dos estudantes e por um reconhecimento que não precisa de mitos, teorias, hermenêutica e lei para se realizar. Nos une el deseo de transformar. A crença no poder das alterações moleculares. Nos une la afectividad y la necessidad de construir un mundo diferente.

Nos une a recusa da desumanização e a esperança de mostrar que é possível viver afetivamente com os outros. Nos une a leveza das relações que se constituem como um respeitoso entre-nós. Nos une a inquietação perante o mundo e a tentativa constante para melhorá-lo e nos melhorar como seres humanos sensíveis. Nos une el interactuar entre nosostros para enriquecernos en nuestros espíritos para sermos mejores personas y brindarnos a nuestros semejantes.

Nos une a busca do entendimento de nós mesmos a partir do Outro e a busca do entendimento do Outro a partir de nós mesmos. Tomar o Outro a partir de nós mesmos. O Outro como uma extensão do Eu. A exsurgência do entre. A aurora da sensibilidade. A nascente do sensível. Nos une la tentación de unir/nos en una subjetividad que nos pertenezca para sustener/nos. No nos une el amor sinó el espanto (Borges). Nos une a vontade de um pluri-verso de significações voltadas sempre ao novo, à constante transformação. Nos une a sensibilidade, sabermos que não estamos sós, mas juntos pela construção da vida carnavalizada e repleta de sentimento de amor.

Nos une a tentativa de fazer triunfar a alegria sobre a tristeza, a pulsão de vida em um mundo em que prevalece a pulsão de morte. Nos unimos para compreender e transformar a pedagogia, enquanto momento de descobrir e redescobrir a nós mesmos e o Outro, numa perspectiva criativa, emancipatória, amorosa, erótica e transformadora. Qué nos une es el sentimiento de querer ser no un “yo” o un “otro”, sinó un “entre”. Una relación, un devir.

Pausa. O primeiro prato chegou: peru, já passado por outras mesas e bocas, temperado com cenoura, café e chocolate. Regazzoni cria as receitas de forma espontânea e plástica. Era o prato frio, depois viriam os quentes. Warat elogia o vinho. André descobre que é de uma safra de 1995. Levy e André tiram foto com o vinho, que não é tomado em taças convencionais, mas em pequenos copos de vidro. Tudo era inesperado e surrealista, como tinha de ser. Leopoldo, entonces, hace la segunda pregunta: ¿qué nos molesta?

Nos molesta el poder, el paradigma racionalista, el robo de la sensibilidad. Nos molesta o desejo pelo consumo, o fazer-se no consumo. Os micro-fascismos. A reverência a tradições vazias, a estética da forma burocrática de destruição do eu pelo enquadramento a padrões, hábitos copiados, sonhos pasteurizados, vidas vazias e o hedonismo que não transcende a forma. Nos molesta a insensibilidade, a indiferença. O sentir-se sozinho em lugares cheios. Nos molesta a pressa com que vive, sem se prestar atenção ao que se sente e ao que o outro sente. Nos molesta a repressão do espírito em todas as sua manifestações.

Nos molesta a idéia de degraus invisíveis que nos afastam – pois paramos de nos ver como iguais, como humanos. Nos molestan las divisiones, las separaciones, las etiquetas. Nos molesta la falta del deseo para perseguir una passión que nos mueva el corazón. Nos molesta o uni-verso estático e imutável, o que não tem devir. A tentativa de transformar sentimento em racionalidade, a modernização que transforma humanos em objetos homogeneos e pasteurizados.

Nos molesta uma vida sem poética, sem sonho, sem imaginação, sem criatividade. Nos molesta el egoísmo, la falta de solidariedad. Nos molesta o imperativo da razão, uma razão fria, cartesiana, que nos amputou a sensibilidade, que nos anestesiou a todos.

Segunda pausa. O segundo prato chegou: em forma de pato, vindo direto da cozinha para nossa mesa, sem escala e sem escolha. Depois veio polvo e também javali. Levy acende o charuto. André, o cachimbo. Leilane, o cigarro. Bééééhhh… Em meio à fumaça dos sonhos e à voz inebriante da mulher mais divertida e fogosa do recinto, entovam-se cantos líricos y abrazos colectivos. As luzes apagadas incendiavam delírios cabaréticos. Havia muitas cores, nas esculturas, nas paredes da sala, nos olhares trocados, nos livros espalhados, nas cidades internas.

Un despliegue de sensasiones diarios que se desdoblaran y hablaran con figuras en lenguajes del amor. Eram velas que dançavam um samba infinito, em meio à cidade do tango. Era la sensasión de estar delante un mar totalmente desconocido de colores diversos y que permite percibir una línea en el horizonte, sin que sea possible identificar su inicio y tampoco su fin. Em Buenos Aires encontrou-se esse mar. Um delírio? Sólo para los que no creen en los devenires, para los que se quedan en la racionalidad hermetica, cerrada en si misma. Sólo para aquellos que no perciben que, si no hay un “entre”, entonces están solos y nada són.

Cartografamos sentimentos, devires em meio à noite estrelada. Sensasiones fuertes y lindas, de alteridad y fraternidad. Luces, musica, danza, poesia, abrazos, besos y emoción. Reconheceram-se, desde logo, pelo olhar. Aquilo não tinha fronteiras, a amizade. Nenhuma língua ou sotaque seria capaz de impedir o entendimento, e o sentimento. O encontro puro. Sutil. O “entre” que se formou. O olhar bastava. A vontade bastava. A alegria bastava, assim como o sentimento de vida. Estava vivo. Juntaram-se a nós Inês, Glória, Marta Gama, André Coppeti, Alexandre da Rosa, Albano Pepe. Nem todos fisicamente, mas a nós se uniam pelo sentimento, presença essa que é ainda mais vivaz.

Todos formaban un grán rizoma, em que se diluem as fronteiras entre o virtual e o real. E rapidamente construíram-se idéias de esperança. Não havia censuras e o acolhimento foi completo. Reinava, soberano, o apetite de mudar, de amar, de viver. Não poderia existir construção vazia em meio tão fecundo. Naqueles papeles amarillos despejaram-se desejos comuns, que todos compartilhavam sem saber, mas que podiam intuir, sentir. Verdadeiro encontro. Revolução molecular.

A cidade ainda chovava em luto, mas a alegria reinava absoluta na Casa que construía esperança. A Casa que não tem uma casa. Não tem porque não precisa ser física. Ela é em qualquer lugar, onde se estiver, onde se quiser. En qualquer lugar donde se creea en en poder transformador de la sensibilidad. Nossa casa é movil, é nômade. Ela dança em ritmo de samba. Dança tango, flamenco y mismo la musica gitana. É uma fusão de cores, de sons, paladares e sentidos. É pura sensibilidade e está sempre aberta para quien crea en la revolución de un abrazo. De um beso. Quien así creer, entenderá (sentirá) essa Casa.

A nossa Casa é a anti-casa. O inverso do tijolo racional, do cimento solidificante, do concreto estático, da parede segregadora, do teto hermético, do chão geométrico, da porta com trancas, da janela com grades. A negação da casa cartesiana, morada da Razão, essa insustentável, estúpida e inválida habitação.

A nossa Casa é a Utopia, no sentido literal da palavra: o lugar nenhum. Ao mesmo tempo, é um eterno devir de imaginações poéticas, de possibilidades do que foi, do que nunca é e do que pode vir-a-ser. É a continuidade do eu no outro. Declaramos que o ser-em-si-e-para-si está morto. A Vida se dá no ser-com-outro, no ser-para-outro, no ser-entre. E ela não admite racionalização, solidificação, objetificação e reificação. A Casa é a nossa resposta a um mundo no qual a Vida se tornou utópica. A nossa Casa é às avessas: não somos nós quem nela moramos, mas é ela quem em nós habita.

Substitui-se o tijolo pela sensibilidade, o cimento pelo abraço, o concreto pelo beijo, a parede pela poesia, o teto pelo tato, o chão pela arte, a porta pelo outro e a janela pelo olhar. Constrói-se a casa waratiana, a casa nômade. Y que está abierta a todos los que en ella quiseren entrar.
Carta literária e patafísica, lida e passada numa noite fria, em meio a catacumbas, ao inesperado som de um piano…

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Uma cozinha, uma gente, um sotaque e as cores


Por Brena Aquino


Eduardo comunica:
- Vamos fazer uma moqueca!
Thuanny e Brena colocam-se à disposição.
Porém, surge uma dúvida entre Thuanny e Eduardo:
Como diferenciar peixe de escama do peixe de couro?
Dúvida sanada, vamos à moqueca e ao sarau.
O sarau é Dona Flor e seus Dois maridos.
Todos como muito empenho, chegaram à conclusão de que
muitos sabores deveriam estar presentes em comidas e bebidas.
Thuanny ausenta-se para outros preparativos, Eduardo e Brena
começam a moqueca.
Eduardo explica:
- Põe tudo na panela que no final dá certo. O que realmente importa
é o toque especial, um sútil segredo.
Mas, o toque especial não estava somente na moqueca, ele tinha acompanhantes.
As bebidas. Uma bebida verde para começar e fazer aflorar nossos instintos.
Outra amarela para aguçar os prazeres. E uma azul para despertar os
sentidos. As coloridas e belas flores colhidas por Thuanny e Nádia tornam
o ambiente extremamente aprazível.
As cores abriram o caminho para saborear, finalmente, a moqueca.
O comentário é geral:
- Existe algo nessa moqueca?
Eduardo prontamente responde que é:
- O segredinho!
A noite caminha, o sotoque baiano é inevitável, os versos e a arte cênica
permeiam o sarau.
E o segredinho coube a cada um desvendar, ao final, com um belo brinde.
Talvez seria o amor, o devaneio, o social, os amigos ou a Casa Warat.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

IX Encontro Goiano dos Estudantes de Direito.




"Pela Humanização do Direito: a emergência de novos olhares e práticas jurídicas".

12 a 15 de Novembro de 2010

Cidade de Goiás - GO



APRESENTAÇÃO
O IX Encontro Goiano dos Estudantes de Direito (EGED) é a ocasião onde os estudantes de Direito do Estado se reúnem em um espaço privilegiado de debates e discussões sobre temas contemporâneos de relevância para sua formação profissional e social, além de ser fórum de movimentação estudantil acerca da luta por uma Universidade que cumpra a sua função social. É, também, um momento oportuno de confraternização dos estudantes de Direito do Estado de Goiás.

Nessa perspectiva, entre os dias 12 e 15 de novembro de 2010, será realizado o IX EGED, o qual rediscutirá a atual compreensão de Direito para que se possa emergir um Direito efetivamente humano, próximo das necessidades apresentadas pela sociedade, marcada por desigualdades e constantes mudanças. É urgente que o Direito passe de elemento de dominação social para instrumento de emancipação, de exercício da cidadania e principalmente de realização de Justiça.

Desta forma, o evento tem por objetivo analisar assuntos recorrentes ao mundo jurídico como: propriedade, educação, execução penal, mecanismos processuais entre outros, através do olhar da alteridade, do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, enfim pela perspectiva da humanização.


PROGRAMAÇÃO

Sexta dia 12 novembro

Credenciamento – A partir das 15:00 h.

Local: Universidade Estadual de Goiás – UnU Cora Coralina.

19 h – Painel de Abertura: Educação Jurídica: “Humanizar é educar”

Painelistas: Alexandre Bernardino Costa (UnB), Carlos Rodrigues Brandão (UNICAMP).

Local: Universidade Estadual de Goiás – UnU Cora Coralina.

Festa

Local: Casa do Artesão.

Sábado, dia 13 de novembro:
9 h – Painel: O direito de ser humano e o Processo e Execução Penal.

Painelistas: Gerivaldo Neiva (juiz TJBA), Beatriz Vargas (UnB).

Local: Cine-Teatro São Joaquim.

14 h – Visita Orientada ao Museu das Bandeiras.

Local: Museu das Bandeiras

14 h às 16 h – Mesa Redonda: Educação em Direito para o Campo: A experiência da Turma Especial para Beneficiários/as da Reforma Agrária e Agricultura Tradicional Familiar / Campus da Cidade de Goiás.

Debatedores: A atividade será coordenada pela Turma Especial, 7º período de Direito UFG.

Local: Museu das Bandeiras.

19 h – Painel: Da humanização do direito de propriedade à constitucionalização do Direito Civil.

Painelistas : José Antônio Peres Gediel (UFPR), José Heder Benetti (UFPA).

Local: Universidade Estadual de Goiás – UnU Cora Coralina

23h – Festa.

Local: Casa do Artesão.

Domingo, dia 14 de novembro:

9 h – Mesa Redonda: Assessoria Jurídica Popular e Assessoria Jurídica Universitária Popular.

Facilitadores: Hugo Belarmino de Morais (Dignitatis Assessoria Técnica Popular e UFPB), CERRADO Assessoria Jurídica Popular, José Humberto Góes Jr.

14 h às 16 h – Mesa Redonda: O Direito pela Arte.

Debatedores: O momento será coordenado pelos participantes do Projeto de Extensão Casa Warat, desenvolvido no Campus da Cidade de Goiás.

Local: Museu das Bandeiras.

16 às 18 h – Mesa Redonda: O panorama atual do Movimento Estudantil e a atuação das representações estudantis de Direito.

Debatedores: Membros indicados pela Federação Nacional dos Estudantes de Direito (FENED).

Local: Museu das Bandeiras.

19 – Painel: Do estímulo/realização do contraditório às formas de resolução alternativa de conflitos: por melhores caminhos para o Direito Processual Civil.

Painelistas: Carla Patrícia Frade Nogueira Lopes (juíza TJDFT) e Flávio Buonaduce Borges (UFG/OAB-GO).

Segunda, 15 de novembro:

10h – Painel de Encerramento: Pela humanização do Direito: desafios para a realização de um Direito efetivamente humano.

Painelistas: Alexandre Costa Araújo (UnB) e José Ribas Vieira (UFRJ).

14 às 15 Entrega de Certificados

Local: Universidade Estadual de Goiás – UnU Cora Coralina.
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As inscrições podem ser feitas no Centro Acadêmico XI de Maio ou pela internet, através do site http://ixeged2010.webnode.com.br/inscrições e/ou ufgatuacao@gmail.com. O valor da inscrição é 35 reais. Contato: Laís – 62 85637212, Jordana 62 91328940, Ana Laura 62 8151 7787 e Klisman 62 99389134.

domingo, 7 de novembro de 2010

Caro Iury



Por Eduardo Rocha


Caro Iury,

Achei muito forte e interessante suas palavras de ontem à noite. Sim, é importante enfatizar a amizade, mas a solidão é imprescindível. Enquanto você expunha, veio à mente algumas passagens de um romance que certa vez li e que me marcou fortemente...

“Era um anoitecer de dezembro, estava escurecendo, e os presidiários voltavam do trabalho; preparativos para a hora da chamada: um oficial de baixa patente, bigodudo, abriu-me a porta de tão estranho lugar, para os dez anos vindouros, onde eu haveria de suportar sensações de tal tipo que se não as estivesse experimentado, diria que seria impossível enfrentar. Eu jamais poderia, por exemplo, imaginar tormento maior que não poder ficar sozinho um momento, ao menos, nos dez anos da minha sentença. No trabalho, vigiado; no presídio, com a companhia dos outros duzentos condenados; e nunca, nem uma só vez, a solidão! Contudo, tive que me acostumar.

(...)

Logo compreendi que o trabalho forçado, a privação de liberdade são coisas horríveis, mas o pior de tudo é ser obrigado a ficar o tempo inteiro com os outros, sem direito a um momento consigo próprio. A vida em comunidade é um ato de escolha, voluntário, ao passo que na prisão é imposta, não estabelece laços, e eu creio que cada prisioneiro sente isso; ainda que inconscientemente, sente isso”. ( Lembrança da Casa dos Mortos, Dostoievski)

Creio que o estar só, e aqui me remeto ao metafórico e ao literal, é parte essencial para construção da intimidade. Precisamos dessa conversar silenciosa do “eu comigo mesmo”. Não é, querido Sócrates?

Porém, é importante destacar que não há complementaridade entre o “sozinho” e o “encontro com o outro”, pois não são partes bem definidas e moldadas racionalmente, não formam um todo ideal. Quanto é falsa e cruel a ilusão romântica de complemento. Idéia marcada pela ética do guerreiro que submete, molda, estabelece condutas e elimina toda a possibilidade de encontro com o outro (Belo insight, Herinque Duran!).

O “estar só” e o “estar com o outro” entrelaçam-se em uma relação complexa, conflituosa que deve ser permeada pela ética do cuidado, da ternura. Não há limites claros, nem regras, nem condutas a serem seguidas, tão pouco o certo e o errado. Há o risco, “...os abismos, as torrentes, os desertos...”

É imprescindível falar sobre a importância da solidão em um mundo em que há a imposição do outro. Ressalto: imposição, que não se confunde com “encontro”. Na sociedade do consumo, o “outro” é uma exigência de mercado, é produto moldado e idealizado, que deve ser devorado por meio de relações fetichizadas, reificadas.

Warat versa sobre a importância de ser escutado. Talvez seja o momento de reivindicarmos o direito à solidão, dimensão indispensável da escuta waratiana ou da ternura de Restrepo.

Caro Iury, saiba que tem em mim alguém que lhe entende em sua reivindicação de ficar só. Somos companheiros na solidão...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Círculo


Por Mariana Teresa

(Impressões sobre o II Encontro Anual do Movimento Casa Warat, outubro de 2010)
Fonte:http://desquadriculando.blogspot.com/

Chegou com medo de voar e uma curiosidade que já considerada nata. Sentia-se segura, porém, já que tinha mãos para segurar nos momentos de turbulências quaisquer. Era tudo lindo, e com óculos de turista viu a cidade que chorava em luto. Tentou capturar todos os momentos com fotografias invisíveis que eram registradas na eterna lembrança. Era colorida. Azul, amarela, branca, rosa... Tinha cheiro, cheiro de boas vindas, de revelação. Estava viva.

Ao conhecê-lo, sua timidez era tamanha que balbuciou poucas palavras. Foi assim pelos dias que se passaram. Reconheceram-se, porém, pelo olhar. Os que entornavam eram de uma lealdade infindável. Aquilo não tinha fronteiras, a amizade. Nenhuma língua ou sotaque foi capaz de impedir o entendimento. O olhar bastava. A vontade bastava. A alegria bastava, assim como o sentimento de vida. Estava vivo.

O companheirismo mostrou-se logo e rapidamente construíram-se as ideias da esperança. Não havia censuras e o acolhimento foi completo. Entenderam-se os dizeres, por ora tácitos, pois a comunhão era real. Reinava, soberano, o apetite de mudar, de amar, de viver. Não existe construção vazia em meio tão fecundo. Em papéis coloridos despejaram-se os desejos, em jornais, as lembranças. Muita cor, nas paredes da sala, nos olhares trocados, nos livros espalhados, nas cidades internas. Estavam vivos.

Toda a vida foi pintada nos poemas, nas músicas, na dança, nos abraços e em beijos de cabarés.

Acostumou-se cedo demais, e num piscar de olhos, viu-se de malas prontas. Não era mais a mesma. Despediu-se silenciosamente das cores que lhe marcaram. Silente, viu-se cheia de nós. Nós que nos ligam das diferentes partes desse mundo. Chegou repleta de fios invisíveis, todos agora estendidos. A esperança completava a saudade. Queria dançar o tango que não vira, escorrendo de paixão, harmonia e vida. Estava cheia e sentia, feliz.


Pariendo utopías - Alejandro Costas

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pinceladas del encuentro anual Waratiano


Por Leopoldo Fidyka
Fonte: http://rebnat.blogspot.com/

Crónica abierta del encuentro de la casa nómade


Notas de un diario por demás incompleto...


Martes: Rizoma de Tarde. Llego y Luis me presenta la primera invitada, encuentro, reconocimiento, sonrisas, se diluye la frontera entre lo virtual y lo real. Warat habla, escuchamos, diálogamos, a la hora de comer: empanadas de viento. Más tarde, estación de café con Lei, La Farola brilla, coincidimos: quien crea en la revolución de un abrazo entenderá (sentirá) la Casa.

Miércoles: Día atípico por demás, todo cerrado, censo nacional. De repente la noticia de Néstor nos deja duros, sin palabras, congoja, dolor colectivo, pero el reconocimiento y agradecimiento hacia él comienza a expresarse en multitudes y le gana la batalla a las sombras. Levy, Mariana y André entran en escena, caminata nocturna, dolor, respeto, silencio.

Jueves: Llega Jaqueline. Almuerzo en los patios de un monasterio de 1745. Es Santa Catalina de Siena, primer claustro para mujeres de la ciudad de Buenos Aires, arquitectura colonial, monumento Histórico Nacional.
Tarde de preparativos, papeles amarillos, despliegue de libros, todo listo para el viernes.
Cena diferente e inesperada en el atelier. Trenes, escultura, olor a comida, canto lírico y beeeeeee.

Viernes: Cielo plomizo, gris y lluvia, el cielo llora, día del cortejo fúnebre.
Apertura oficial del encuentro: Andamios, que nos une? Que nos incomoda? Que nos gustaría hacer juntos?
Segundo momento: Llegan las chicas, Sexo No harte. Despliegue de sensaciones diarios que se desdoblan y hablan con figuras en lenguajes del amor. Campana con velas, coordinación de equipo y pasión por el proyecto, se sintió, se entendió, compartimos, construimos. Gracias por estar.
Más tarde en un Cuartito se escuchó un canto de corazón: ¡parabens a voce!


Sábado: Día de aniversario. Catacumba en Puerto Madero: Gregorio nos llevó por los caminos de la salud, esquiso, política y educación. Isa se suma, se integra, es una más muy rapidamente. El atardecer parece de invierno.
Noche de Cabaret Macunaíma: Muchos amigos, Warat pleno. sensaciones fuertes y lindas. Luces, música, danza, poesía, abrazos, besos y emoción. Parabens fuerte. Delirio. Es cierto, el cabaret es para ser vivido, y no para ser relatado, punto.


Domingo: Palermo se muestra de día, con sus ropas, pastas y jazz callejero. Eros nos recibe. Llega la tarde en la casa, té y café con la calidez de Inés, momento de cierre y aperturas, redes que se tejen, presente y futuro, somos distintos, evaluación con emoción. Invisibles que se sienten. La TV anuncia que Dilma es presidenta. Brindis. Despedidas? Hace mucho comprendí que no existen. Abrazo colectivo, los quiero!

Quarto Sarau Mentes Livres


Por: Nádia Pinheiro

Atenção
Waratianos!
Depois de muita espera, finalmente foram decididos a data e local do nosso Quarto Sarau Mentes Livres. Para quem não sabe, o Sarau é onde podemos expressar livremente nossas idéias, discutirmos todos os assuntos que foram tratados em outras frentes da Casa Warat e onde o lúdico se encontra com o Direito, fazendo uma combinação extraordiária!

Essa quarta edição terá como tema o livro "Dona Flor e Seus Dois Maridos", que foi lido ainda durante o mês de julho, e o filme foi exibido no Cinefilia. Por abordar a temática alegre da Bahia, nosso Sarau contará com comidas típicas baianas, bebidas de vários tipos e pra todos os gostos, além de muitas surpresas! Outra novidade é que no mesmo dia será inaugurado o "CABARÉ WARAT: Surrealismo Culinário & Poesia Gastronômica", onde, segundo nosso amigo Eduardo, é "Um espaço culinário aberto apenas para convidados e curiosos insistentes, em que se inventa a receita na hora, realiza-se sem frequência pré-determinada e é nômade...".

Todos serão muito bem-vindos, contando que venham abertos para todo tipo de discussão e tragam colaborações (seja um texto feito durante a madrugada ou uma bebida legal que saiba fazer).
Então, coloque sua roupa mais leve, seguindo o estilo baiano, deixe sua Mente Livre e se aconchegue!

Data:
06/11
Horário:
19h
Local: Casa do Paulo (pra quem não sabe onde fica, aí vai o endereço: Rua Altino Lôbo, n°: 4, Bairro João Francisco)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"Rino", sempre "Rino": agora o Brasão


Por Paulo Dante

Rino, o Rinoceronte excitado símbolo da Casa Warat Goiás, agora em Brasão.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Babel Orkestra

Por Eduardo Rocha

Balbel Orkestra. Nas palavras do meu querido amigo Leopoldo, um verdadeiro Cabaré Waratiano! Teatro, música e liberdade foi isso que senti na primeira e supreendente vez que fui ao show desse criativo e irrepetível grupo argentino. Ir à Buenos Aires já é maravilhoso. Tendo a oportunidade de vivenciar a "Balbel Orkestra", certamente, tornará a viagem inesquecível!

Abaixo, uma palhinha!




sábado, 23 de outubro de 2010

Utopia?



Por Fêres El Assal



Um mundo perfeito onde todos são felizes, iguais, sem preconceitos, com total liberdade de expressão, ninguém te persegue, todos sabem que você é importante e deve ser respeitado e compreendido como você é. Conto de fadas? Parece ser realmente uma das várias historias que escutamos quando crianças, mas não dessa vez. A Organização das Nações Unidas (ONU) deu um pequeno passo para que a sociedade caminhe para um perfeito estado de harmonia e união: A Declaração Universal dos Direitos Humanos. Perfeito, nem mesmo a mais popular das religiões (o capitalismo) prega tamanho grau moral. Apesar disso, todo grande avanço é acompanhado de um problema deveras extenso.
A ideia inicial era a de que todas as nações adotariam a declaração como um molde de desenvolvimento. Educação, saúde, trabalho, propriedade; quantas vezes nos prometem melhorias em tais áreas? Pelo menos se a declaração fosse levada a sério, isso já não seria problema, mas sim solução. Mais de 200 países basearam seus códigos civis e constituições na declaração, mas nenhum desses países conseguiu praticá-la. Exemplo? O Líbano é dos países do oriente médio que trava uma guerra com Israel desde 1948 (tendo-se em vista que os palestinos foram “chutados” da região com a criação do estado judeu, logo, alguma nação aliada iria tomar as dores dos exclusos). Uma vergonha para duas nações que baseiam seus códigos na declaração.
Parece ser tão simples, é só seguir essa receita que tudo dá certo, mas em qual sociedade todos os indivíduos tinham direitos iguais? Os romanos aceitavam em seu vasto império a variedade de culturas, religiões, mas uma resistência de algum grupo a ser dominado resultava em um massacre. Os árabes em sua expansão islâmica baniram a base de espada e sangue os politeístas em seus caminhos. Os americanos usam bombas e sanções econômicas em quem se opõe a sua política imperialista/capitalista. Sempre foi e sempre vai ser assim, a força é quem defende os direitos que uma nação imagina ter.
É algo absolutamente utópico imaginar uma harmonia universal. Em nenhum momento de toda a humanidade houve e jamais haverá consentimento de que todos são iguais (independente de sexo, raça, nacionalidade ou time de futebol). O homem não pratica e não ensina seus filhos a praticar a compaixão com o próximo, não é de uma vez que vamos aprender que o diferente não nos atrapalha.
Com tantos deveres presentes em todos os artigos da declaração (por exemplo, no artigo 26: “(...) a educação deve ser gratuita (...) o ensino técnico deve ser generalizado (...)”, entre outros), poderiam encontrar alguma maneira de gradativamente ensinar a humanidade de que respeitar o diferente é respeitar a si mesmo. Se isso não acontecer, caminharemos cada vez mais para o estado inicial humano descrito por Thomas Hobbes em “O leviatã” – o estado de guerra. Afim de tudo isso, bem que a ONU poderia criar uma Declaração Universal dos DEVERES Humanos, porque todos nós nascemos com direitos, mas quem nos ensina a respeitar os direitos dos outros de forma clara e eterna?

Sem mais,
bom fim de semana.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Direito, sujeito e subjetividade: para uma cartografia das ilusões


Por Eduardo Rocha

Foi publicada na última edição da Revista Captura Críptica, que é organizada pelos estudantes de mestrado e doutorado da UFSC, uma entrevista com Luís Alberto Warat. Vejam um pequeno trecho:





Captura Críptica: A sua tentativa de aproximação do Direito com Arte é
muito antiga. Poderíamos dizer que desde a década de 80, quando você lança A
ciência jurídica e seus dois maridos e O manifesto do surrealismo jurídico,
realiza as semanas de Cinesofia, lança a revista Cinesofia, essa proposta tem
sido construída. Atualmente, você tem trabalhado com as possibilidades de
formação de juristas sensíveis através da experiência artística. Como essa
relação interdiciplinar pode gerar esse espaço de sensibilidade no ambiente
jurídico?
Luis Alberto Warat: Falar da função da arte na descoberta da
sensibilidade implica para mim sempre a procura ou a produção de um processo
criativo. Pois, através do processo criativo, é possível conhecer e resignificar os
meus devires e os devires do outro, é possível produzir revoluções moleculares
e instigar a emergência de novas formas de compreensão do mundo. Meu
grande problema e desafio é como estimulo a sensibilidade criativa ou como
estimulo a sensibilidade através de um processo criativo. Para desenvolver a
sensibilidade é necessário que deixemos a arte atravessar nossos corpos, que
vivamos intensamente a poesia, esse caminho foi apontado nas experiências
vividas pelo grupo de pesquisa Direito e Arte da UnB, que eu coordenei durante
os anos de 2005 a 2007, que radicalizou a minha proposta e aceitou o convite
para livremente experimentar a arte. Com esse grupo inaugurei um espaço
poético que nomeamos Cabaret Macunaíma. Um espaço poético e mágico.
Creio que através dessas experiências podemos nos reconstruir enquanto devires
mais sensíveis, mais abertos ao outro. Tenho a impressão que o trabalho desse
Grupo resultou na intensificação da aproximação do Direito e Arte e abriu um
leque de possibilidades. Os Cafés Filosóficos que venho desenvolvendo desde
então e as Casas Warat eu podeira dizer que fazem parte desse movimento. Aí
eu vou citar as Casas Warat de Goiás e Santo Ângelo, programas de extensão
onde os alunos são invitados a viver a experiência artística através da literatura,
do cinema e dos saraus, que se parecem muito com os Cabarets. Acredito que é
mais importante produzir a sensibilidade através da arte. Eu fazendo arte
produzo sensibilidade, isso é o que eu quero dizer.






Para ler toda a entrevista acessem:http://www.ccj.ufsc.br/capturacriptica/

Aproveito a oportunidade para divulgar que o edital para publicação nessa revista, que tem uma bela proposta, está aberto.

El escarabajo de oro informa Noticiero



Fonte:
http://luisalbertowarat.blogspot.com/


Gran noticia de la casa Warat Goias


La capes apobo en Goias Viejo el Pet sobre la tematica de la Casa Warat El Pet es una idea que nacio hace unos 30 años Estudios de la epoca indicaban que en los cursos
En la actualidad el PET de Derecho de la UFSC está a Cargo de Vera Regina Andrade, eminente criminalista del Berasil Con anterioriad coordino Sergio Cademartori y Cristihan Coubet ,que fué quien me sucedio.

Los primeros formados en los Pet hoy son todos professores jueves u Giscales Casi todos completaron sus mestrados y doctorados El prgrma es todo un exito ,como sera el nuevo de Goias Viejo

domingo, 17 de outubro de 2010

Um dia de chuva...


Por: Nádia Pinheiro

Primeiro vem o cheiro, aquele parecido com um quê de terra molhada. Um cheiro que é inconfundível e que consegue trazer nostalgia junto com ele. O céu fica escuro, como se tivessem apagado suas luzes. Depois ouvimos um barulhinho de água, quase inperceptível, tão confortante. Esse barulhinho vai virando um barulhão, mas isso só acontece algumas vezes, outras só o barulhinho é que permanece mesmo e junto dele aquele outro de vento balançando árvore, que também é bom de se ouvir.
E a alegria começa a se fazer presente, quando estamos protegidos, claro! Do contrário, nada de alegria! A não ser quando temos a intenção de realmente ir ao encontro dela, de braços abertos, abertos MESMO!
A sensação de tranquilidade vai se aproximando... é incrível o jeito com que ela vai chegando, se fazendo perceptível aos poucos. Junto com ela vem lembranças de infância, daquele cheiro do bolo de chocolate da mãe saindo do forno, equanto você assiste Castelo Rá Tim Bum na tv. Nesse momento é bom fechar os olhos e manter a mente livre, solta. Nossa mente visita tantos lugares que as vezes precisa de um pouco de descanso e silêncio.
E assim, aos poucos, ela vai passando, deixando um pouco de seu sabor e levando algumas impurezas junto com ela... vai lavando também algumas almas, principalmente daqueles que foram ao seu encontro de braços abertos. Ah, esses ficam de fato com a alma lavada!
Sei que um dia ela voltará, trazendo os mesmos sons e sensações, a mesma vontade de voar... só que, a cada volta, ela se fará de um jeito diferente.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Direito à Ternura III - Encontro I


Por Fêres El Assal

(Pretendo fazer uma abordagem mais descontraída, logo, vou ser um tanto quanto informal)

Vou fazer uma narração dos fatos. O primeiro encontro para a discussão do livro e montagem da resenha aconteceu e foi deveras interessante.
Iniciamos com um pequeno atraso do Eduardo (que aparentava ter passado uma boa noite de sono). Após um pequeno comentário quanto a massa corporal, fomos até o famoso "bar da patricinha". Eduardo perguntava: Tem comida? Eu, Kelvin e Henrique Duran respondíamos: "Tem." Eduardo reiterava: "Vende comida?"; retrucávamos: "Vende". Insistia: "Tem comida aqui?" E nós... Tem sim, pode descer. Até que ele desceu e perguntou ao garçon: "Vocês vendem comida?" A resposta: "Sim.". Notava-se uma certa desconfiança do professor quanto a nossa informação da presença ou não de alimentos, mas tudo bem. Enquanto Eduardo estava a procura de seus nutrientes, aproveitei e, devido a uma fome de tamanho incrível, comecei a comer o resto do "Micos" trazido pelo professor com pimenta e molho de alho (ieeeew). Não estava bom, mas foi interessante a experiência. Ainda hipnotizado pelos pedaços de cupim presentes no prato do professor, o fato de não almoçar me deixava mais ansioso. O professor ainda perplexo com o comentário feito mais cedo deixou de lado os pedaços de carne mais gordurosos. Pareciam estar deliciosos '-'. Com água na boca, comecei a ler o livro (finalmente a parte útil do post). Fizemos algumas reflexões interessantes como por exemplo, violências constantes que acontecem no dia a dia e que não chegam ao conhecimento ou interesse da justiça (bullying, violências caseiras -marido e mulher-, entre outras). Sensibilidade que denota um ar menos "masculino" ou, no caso de um homem para uma mulher, já deixa a entender que há alguma intenção mais, como posso dizer, maliciosa (hmm, tô sabendo). O direito não pode ser apenas norma, jurisprudência e doutrina. O direito tem de acontecer em todas as atitudes. Percebemos que devemos ter um olhar para o micro a fim de mudar o macro. O pequeno e o todo. Discutimos modos de aceitação na sociedade, o fato de que somos impostos a aceitar um comportamento que dita o que você deve fazer a fim de ser considerado homem (Kelvin se manifestou moralista ao extremo quando teve oportunidade) ou mulher, a hierarquização que é isso na sociedade e encerramos (a fome já estava descontrolada e o professor tinha compromissos).
Em resumo, consideramos o tema do livro agradável, está sendo sim muito divertido e interessante montar a resenha.
Semana que vem, nesse mesmo horário e nesse mesmo canal, continue lendo o desenrolar dessa história.

Sem mais,
Fêres El Assal.
;)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O bizarro, o acaso e o absurdo


Por: Lívia Barbosa

Era um final de tarde chuvoso após um dia maçante de trabalho quando conheci Sísifo. Um sujeito normal: nem gordo e nem magro, nem alto e nem baixo, nem feio e nem bonito. Não fosse pelo chá de boldo quente com gim que Sísifo tomava, provavelmente continuaríamos a ser dois estranhos que freqüentam o mesmo bar. Mas eu nunca havia conhecido uma combinação tão estranha para bebidas e não consegui esconder o meu espanto. Ironicamente, foi o bizarro que nos aproximou naquele momento.

Apesar de ter se mostrado logo um sujeito ordinário, Sísifo era cheio de surpresas. E foi entre goladas pouco animadoras da estranha bebida que me contou sua estória. Dos infortúnios do acaso, do engano da morte à condenação pelos deuses, uma sucessão de acontecimentos espetaculares, estranhos, comoventes e absurdos, tudo a um só tempo. O extraordinário subsumido a uma só vida. Um sujeito ordinário subsumindo o mundo todo.

Eu devo admitir, no entanto, que toda essa emoção e êxtase gerados pela estória de Sísifo correspondem a uma análise anacrônica daquele dia. As estórias em si, no momento que eram contadas, não tinham o impacto que poderiam ter. Sísifo não era um bom contador de estórias, não naquele dia. Ouvi-lo era como assistir a um filme de um sujeito de um país distante, sem qualquer relação com os eventos do cotidiano que conheço. Isso contraditoriamente carregado de uma banalidade trivial e pouco chamativa. Não seria exagero dizer que, dado o pouco esforço expressivo de Sísifo, o boldo com gim continuavam a me parecer muito mais interessantes do que os eventos ali narrados.

Mas nada disso mudou a minha vida. Nem o homem sem rosto, nem a bebida intragável e nem o tango que emanava suave do jukebox do bar. Foi só no final daquele dia, num tempo de 3 segundos, que o tempo passou a não importar mais. Sísifo se levantou, jogou alguns trocados no balcão para pagar a conta e voltou-se para mim dizendo: - Então nos encontramos aqui amanhã, no mesmo horário, depois do expediente.

Tudo fez sentido e tudo deixou de fazer sentido.

O absurdo estava em todo lugar.

domingo, 10 de outubro de 2010

II encuentro anual de la Casa Warat


Fonte: Facebook CasaWarat


sexta, 29 de outubro às 17:00 - 02 de novembro às 22:00


Esperamos a todos los amigos de Brasil y a los argentinos que nos siguen, será un encuentro molecular para compartir y conocernos, espacio para la creación, el arte y la poesía, y dejar fluir la razón sensible...
Vengan, salgamos de la web y encontrémonos cara a cara, mirándonos a los ojos, intentemos construir juntos... momentos valiosos, esperanzas en marcha y la multiversidad popular binacional.
Están invitados!


Ciudad Autónoma de Buenos Aires
E mail: lawarte@gmail.com

encuentro molecular argentino - brasileiro!

Temas:
> Convivencia, sensibilidad y construcción de ciudadanía
> Arte y Derecho
> Salud mental
> Cabaret Macunaima (sí, noche de cabaret en BUA!)
> Festa Aniversario
> Presentación de la Cátedra Abierta LAW y otros proyectos.
> Redefinición, redes y actividades futuras de la Casa Warat

Estás convidado!

sábado, 9 de outubro de 2010

Direito à ternura II



Por: Eduardo Rocha

"Exaustos, a ponto de desfalecer, amancebados com a melancolia e sem forças para convencer as multidões de grandes projetos, acreditamos ser possível apostar ainda na ternura, espécie de revolução molecular das rotinas da vida cotidiana que, em princípio, não tem por que conter um espaço maior do que aquele que conseguimos abranger com a mão estendida. Entre outras coisas, porque, tratando-se da ternura, não tem sentido pretender ir além do corpo". (Direito à Ternura, p. 110)


Para conhecer mais Luis Carlos Restrepo, psiquiatra colombiano e autor de "Direito à Ternura", visite:

http://luiscarlosrestrepo.com/php/index.php

No site terão acesso a todas as obras do autor.
Vale a pena conferir!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Brasil, aonde iremos?




Por Fêres El Assal

Violência, drogas, crianças se perdendo nas ruas. Você já deve ter se cansado de ouvir ou ler essas informações em qualquer veículo de informação. Chegamos em ano de eleição e percebemos o quanto os que almejam o poder se dispõem em resolver esses problemas. Já nos cansamos de saber que isso não se resolve de 4 em 4 anos, não se nós não mudarmos primeiro.

O candidato a deputado federal mais votado do país não sabe nem ler, e há quem comente que "Ah, mas ao menos ele fala a verdade.". Nenhum paulistano se lembrou que, ao "protestar" com seu voto, devido à votação expressiva, Tiririca levou para a câmara mais 3 deputados além dele mesmo. Muito bem, são três desconhecidos que podem muito bem ser mais palhaços que o declarado analfabeto. Bem, pelo menos não vamos nos decepcionar em saber se eles são ou não ex-celebridades que, para se manter numa boa vida se dedicam a carreira política. Quem dera acreditar que o Romário e o Bebeto vão ser bons legisladores. Eles formaram uma boa dupla em 1994, mas jogando futebol, vamos deixar isso bem claro.

Ah, mas temos a lei da ficha limpa, dessa vez ladrão não tem chances. Pois bem, a lei existe, mas sujaram com o propósito dessa legislação tão bela e formosa que reacendeu a centelha da esperança brasileira de ver um dia, um congresso com menos escândalos e, quiçá, limpo (que dia...). O STF deixou passar a chance e a lei só vai vigorar a partir da próxima eleição. Que maravilha, isso foi como música aos ouvidos de grande parte dos que hoje nos representam.

O que mais me revoltou foi o fato de ter escutado o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes falando que, apesar de ser "um incomensurável avanço na democracia", a lei de ficha limpa restringe direitos fundamentais de caráter político. Meu Deus, então teremos de suportar os irmãos metralha cuidando do nosso poder legislativo por mais quatro anos? E no caso do senado, são 8 anos de viagens, festas regadas a Whisky importado e luxos intermináveis (além dos caixas 2, 3, 4, e a dízima continua). A lei pode ser "um incomensurável" blá blá blá - como não sou tão adepto a arte da prolixidade quanto o nosso transloucado amigo (que não entende estrelas - lembrei-me de Olavo Bilac) Gilmar Mendes, não vou utilizar a superabundância fastidiosa das palavras e frases demasiadamente longas e obscuras que denotam fim nenhum. O povo é quem tem de me entender, não um determinado grupo - mas que a decisão final foi um atraso de no mínimo 4 anos para nosso país, disso sim eu tenho plena certeza.

Política, numa comparação mais simples (ok, muito mais simples) não é igual copa do mundo (apesar de acontecer de quatro em quatro anos - heheh). Na copa a derrota dói na hora, na política dói pra sempre. (Já supero nosso presidente em metáforas, não?).
Mas vamos pensar em assistencialismo, o povo gosta é disso, não é?
Então vamos dar um netbook pra cada aluno da rede pública (que nem sabe acessar a internet e nem tem dinheiro para mantê-la), eu sei que o computador vale 3 meses de salário do professor, mas para evitar protestos vamos priorizar o vale-gás e diminuir a jornada de trabalho sem redução salarial. Eles vão adorar e vão nos reeleger na próxima, olha só que beleza.
É assim, e enquanto não criarmos o hábito de sair nas ruas, protestar, fazer com que a voz do povo seja ouvida isso não vai mudar. Por que na França os protestos dão certo? Na argentina, então? Ora, eles sempre fizeram isso, logo, eles sempre vão ser considerados.

Só tenho mais uma consideração a fazer:
Pior do que tá não fica, também porque não tem mais o que piorar.

Faltam 4 anos. 2014 é hexa e é limpa.
Sem mais,
boa noite.