sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Brasil, aonde iremos?




Por Fêres El Assal

Violência, drogas, crianças se perdendo nas ruas. Você já deve ter se cansado de ouvir ou ler essas informações em qualquer veículo de informação. Chegamos em ano de eleição e percebemos o quanto os que almejam o poder se dispõem em resolver esses problemas. Já nos cansamos de saber que isso não se resolve de 4 em 4 anos, não se nós não mudarmos primeiro.

O candidato a deputado federal mais votado do país não sabe nem ler, e há quem comente que "Ah, mas ao menos ele fala a verdade.". Nenhum paulistano se lembrou que, ao "protestar" com seu voto, devido à votação expressiva, Tiririca levou para a câmara mais 3 deputados além dele mesmo. Muito bem, são três desconhecidos que podem muito bem ser mais palhaços que o declarado analfabeto. Bem, pelo menos não vamos nos decepcionar em saber se eles são ou não ex-celebridades que, para se manter numa boa vida se dedicam a carreira política. Quem dera acreditar que o Romário e o Bebeto vão ser bons legisladores. Eles formaram uma boa dupla em 1994, mas jogando futebol, vamos deixar isso bem claro.

Ah, mas temos a lei da ficha limpa, dessa vez ladrão não tem chances. Pois bem, a lei existe, mas sujaram com o propósito dessa legislação tão bela e formosa que reacendeu a centelha da esperança brasileira de ver um dia, um congresso com menos escândalos e, quiçá, limpo (que dia...). O STF deixou passar a chance e a lei só vai vigorar a partir da próxima eleição. Que maravilha, isso foi como música aos ouvidos de grande parte dos que hoje nos representam.

O que mais me revoltou foi o fato de ter escutado o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes falando que, apesar de ser "um incomensurável avanço na democracia", a lei de ficha limpa restringe direitos fundamentais de caráter político. Meu Deus, então teremos de suportar os irmãos metralha cuidando do nosso poder legislativo por mais quatro anos? E no caso do senado, são 8 anos de viagens, festas regadas a Whisky importado e luxos intermináveis (além dos caixas 2, 3, 4, e a dízima continua). A lei pode ser "um incomensurável" blá blá blá - como não sou tão adepto a arte da prolixidade quanto o nosso transloucado amigo (que não entende estrelas - lembrei-me de Olavo Bilac) Gilmar Mendes, não vou utilizar a superabundância fastidiosa das palavras e frases demasiadamente longas e obscuras que denotam fim nenhum. O povo é quem tem de me entender, não um determinado grupo - mas que a decisão final foi um atraso de no mínimo 4 anos para nosso país, disso sim eu tenho plena certeza.

Política, numa comparação mais simples (ok, muito mais simples) não é igual copa do mundo (apesar de acontecer de quatro em quatro anos - heheh). Na copa a derrota dói na hora, na política dói pra sempre. (Já supero nosso presidente em metáforas, não?).
Mas vamos pensar em assistencialismo, o povo gosta é disso, não é?
Então vamos dar um netbook pra cada aluno da rede pública (que nem sabe acessar a internet e nem tem dinheiro para mantê-la), eu sei que o computador vale 3 meses de salário do professor, mas para evitar protestos vamos priorizar o vale-gás e diminuir a jornada de trabalho sem redução salarial. Eles vão adorar e vão nos reeleger na próxima, olha só que beleza.
É assim, e enquanto não criarmos o hábito de sair nas ruas, protestar, fazer com que a voz do povo seja ouvida isso não vai mudar. Por que na França os protestos dão certo? Na argentina, então? Ora, eles sempre fizeram isso, logo, eles sempre vão ser considerados.

Só tenho mais uma consideração a fazer:
Pior do que tá não fica, também porque não tem mais o que piorar.

Faltam 4 anos. 2014 é hexa e é limpa.
Sem mais,
boa noite.

Um comentário:

  1. Olá, Fêres, não acredito que seja problema um analfabeto eleger-se, afinal a competência política de uma pessoa está muito além do fato de ela saber ler ou escrever. A grande questão, e que ninguém se questiona, é o fato de ainda existir um número exorbitante de analfabetos no país, sendo o Tirica o resultado disso.

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