quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre Mestres e professores (lembrando Warat...)

Por Vladimir Luz


Ser professor não significa ser mestre. Pode parecer mero jogo de palavras, mas entendo que há uma profunda diferença nos diversos sentidos que podem ser atribuídos a estas singelas denominações.

            Professor instrui, o mestre provoca; o primeiro tem caminho de ofício a didática, o método, já o segundo trabalha com o incerto, a confusão e o espanto. Os professores nos cativam, os mestres nos marcam. Professores não são menos importantes que os mestres, ocorre que cada um tem um caminho, um chamado próprio, um risco e um desafio a seguir. Ser professor é difícil, depende do domínio de certas ferramentas e muita vivência no mundo da docência; ser mestre depende mais de atitude, de ações, decisões e exemplos vividos na própria carne.

            Não se é professor apenas quem está diante de uma classe, tampouco é mestre quem tem títulos expostos nas paredes. Professores, num sentido amplo, são aqueles que nos ajudam no caminho, mestres são os que nos ajudam a abrir nossos caminhos. Nossa vida é cheia de mestres e professores, ainda que eu tenha visto mais professores ao longo da vida do que mestres. O professor quer que o aluno aprenda, o mestre quer o discípulo seja mestre. O mestre sabe que precisa ser “desimportante” no futuro. A felicidade do professor é a aprendizagem, a do mestre é autonomia; professores são garantidores da tradição, mestres são destruidores de instituições. 

            Nesse caminho curioso que chamamos vida, precisamos de ambos, de professores e de mestres. Na verdade, não se é exclusivamente mestre nem exclusivamente professor: isso muda com o tempo. A questão é estar preparado e alerta para qual deles a vida nos chama. Eis o desafio.


Fonte: (http://assessoriajuridicapopular.blogspot.com/2010/12/sobre-mestres-e-professores-lembrando.html)

domingo, 26 de dezembro de 2010

My Choice


Vi essa imagem na internet e achei muito interessante, não sei qual é a fonte...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O que nos une?!

O que nos une?! Assim respondeu Luís Alberto Warat no exercício que serviu para construirmos a Carta de Buenos Aires...
"Que nos une?" 
E o mestre respondeu, num cartão de papel amarillo: "Construir un mundo en donde cada uno es un encuentro con los otros".
Sim, é o que nos une... e o que nos unirá sempre!!
Gracias por todo, Luis!! Faremos viva a sua memória!!
Texto de Jaqueline Sena (Casa Warat São Paulo)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A BENÇÃO, WARAT!


Por Dhiogo Aguiar

Domingo, de tantos outros domingos bem brasileiros, toco meu violão, batuco um pandeiro, tomo minha cerveja e que assim seja, convido os amigos para uma roda, um batizado de Angola que, como em toda casa de bamba, termina num bom samba.
E, ainda enquanto ouvia as palavras do mestre Cartola, telefonei para Dudu, Dudu de Angola, para chamá-lo para falar da vida, descubro de um amigo a partida, um amigo a quem mal conheci em pessoa.
Permita-me, Professor, chamá-lo assim. O mestre que, assim como Cartola, ia logo falando aos mais desavisados, aqueles que deixavam os sentimentos um pouco de lado: "Preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó."
E assim, batendo em conceitos estruturais eu o vi na defesa da dissertação de mestrado de Dudu de Angola, conhecido por muitos como Eduardinho. Vi o mestre ensinando que através de questionamentos é possível atingir sim, o que se quer.
Todavia, lendo isso certamente ele me perguntaria? "O que você quer, meu rapaz?"
Eu?! Nada! Afinal, por que tenho sempre que querer alguma coisa?! Não posso simplesmente escrever por escrever, simplesmente me expressar, comunicar, falar para alguém me ouvir, ainda que não diga nada?!
Todavia, se você escreve por escrever, apenas para se expressar, você já quer alguma coisa...
E, é querendo alguma coisa, despretensiosamente, que me pergunto: como poderia falar de você, Professor?
Essa resposta eu não tenho, e com você, aprendi a sempre duvidar do óbvio, do que está na cara, e das respostas prontas.
Fica sem resposta, então, quem disse que preciso responder?!
Apenas gostaria, ao som de samba, pedir-lhe a benção, e dizer que ainda que tenhas vivido intensamente, "ainda é cedo, amor! Mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora da partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar!"
A benção, Vinícius de Moraes, sua benção, Cartola, a benção, Luís Alberto Warat!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre Amar

Por Tuanny Stival

Dói o coração,
Você foi embora.
E o cantinho da boca se abre em um esboço de sorriso,
Obrigada!
Obrigada por ter ousado;
Obrigada por me mostrar o musgo entre as rochas ;
Por ter me dado a chance de ser esse musgo verdinho, que incomoda a rocha fria em sua petrificação e imutabilidade, que ousa modificá-la e no final faz sua beleza.
Ternura, ternura.
Dói o coração
Nunca o conheci assim, de pertinho
...dói
Carnavalizemos e, talvez, hoje seja o melhor dia para celebrar, celebrar alguém que viveu!
Hoje o tango é mais bonito, aflora a dor e a paixão
Hoje o palhaço coloca sua mais bela fantasia, sabe que a alegria deve ficar, embora queira ir contigo
Hoje o Pierrot chora sua Colombina, é uma linda história de amor que vai tocar para sempre.
Hoje o malabarista ensaia com fitas e confetes.
Na sombrinha do frevo eu vejo um rinoceronte... Oh! Ele está excitado, olha pro céu e sorri lerdo... ele sabe.
Sabe que nada foi em vão.
Sabe que há muitas sementes férteis.
Sabe que sempre prevaleceu o amor,
Que é amor
Sabe que valeu a pena.
Sabe que sentiu.
Sabe que viveu, viveu, viveu...
Até breve!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Requiem para um Cronópio


Inércia, torpor, silêncio, lágrimas... Notícia sobre nosso querido Luis Alberto: ele já não está entre nós!

A partida dele leva um pouco de quem conviveu com ele, compartilha de suas idéias e, por meio dele, aprendeu a acreditar no impossível, na subversão de inventar novos caminhos. Warat não foi apenas um professor, foi um amigo que nos ensinou que não há conhecimento sem afeto e que o ensino é um ato de amor e sedução. Ele não semeou discípulos para repetir as suas palavras, mas foi filósofo no sentido mais literal do termo: amou o conhecimento e nos inspirou a buscar apaixonadamente os nossos próprios caminhos. Luis foi um mestre que ensinou possibilidades surrealistas de vida, o sonho como exercício, a arte do recriar-se como sujeito. Seu encantamento, foi nos ensinar a permanecer sempre abertos para a vida. Por isso é tão difícil aceitar a sua morte. Mas, ao mesmo tempo, é mais leve aceitar o falecimento de alguém que viveu com tanta intensidade os seus dias e as suas noites. Warat, neste momento de tristeza, só temos a agradecer. Obrigado por nos ter dado o prazer do seu convívio; obrigado por nos ter encorajado a nos assumirmos como sujeitos carnavalizados e criativos, geradores de nossas próprias ilusões. Warat, se o “eu” somente pode ser um “entre-nós”, como você sempre dizia, tenha certeza de que estará presente e vivo. O Beijódromo da UnB está aí! Suas idéias estão aí! Pessoas de todo o Brasil choram com a notícia de sua partida. Querido Warat, não há palavras para este momento.

Resta-nos apenas agradecer. Muito obrigado.

Alexandre A. Costa, Eduardo Rocha, Eneida Dultra e Marta Gama

A noite está calada


Por: Daniela Diniz

A noite está calada,
Nem a brisa fala.
Queria que das estrelas descessem
As mais belas palavras
Para este lamento de amor
E descrevessem o brilho de seus olhos
Que escorriam nas paixões
Nos encontros, nos textos,
Nos desejos de outro porvir.
A esperança nas possibilidades
A fé na diversidade
A pura tez branca
A luminosidade por trás da dúvida
A abertura para ser fiel a si mesmo.

Desse silêncio noturno,
Donde cai uma chuva de água e sal,
Um breve alento vem das flores
Da certeza de que agora,
Seus olhos cerrados
Estão a sonhar
As mais belas paisagens
Que as estrelas não puderam
me emprestar.


...

LAW



Lamentamos informar que Luis Alberto Warat no está más con nosotros.

16/12/2010

Casa velatoria: Malabia 1662 - Palermo Ciudad de Buenos Aires
A partir de las 19 hs. de hoy jueves 16/12.


Familia Warat





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(Extraído do Blog do Warat)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

UnB inaugura Beijódromo


  • Universidade inaugura local para namoro de alunos

  • Beijódromo faz parte de um memorial na UnB; inauguração contou com presença de Lula

  • http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=8&idnot=36945 R7

    Um espaço de convivência, usado para descanso e para estudantes namorarem. Idealizado como o encontro perfeito entre sentimento e razão, o Memorial Darcy Ribeiro, construído na UnB (Universidade de Brasília), não poderia ter nome melhor: beijódromo. O lugar foi inaugurado nesta segunda-feira (6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prédio vai abrigar todo o acervo do antropólogo e educador Darcy Ribeiro, que também fundou a universidade. O pitoresco apelido foi dado para um dos anfiteatros do edifício, que é dedicado aos estudantes. O presidente da Fundação Darcy Ribeiro, Paulo Ribeiro, lembrou que o antropólogo tinha apenas 34 anos quando começou a projetar a UnB. Depois de pronta, ele e o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, teriam pedido à universidade uma área que abrigasse toda a sua obra - já naquela época era previsto o beijódromo. - Na companhia de Lelé, [ambos] sonharam e projetaram o beijódromo em cada detalhe. Darcy desejava que os alunos, depois das aulas, pudessem namorar e ver as estrelas. O prédio do beijódromo tem dois andares, em uma área total de 2.000 metros quadrados. Por fora, a construção lembra uma mistura de nave espacial e oca indígena. No interior, há um espelho d'água, salas de aula e uma biblioteca com mais de 30 mil exemplares que pertenciam ao antropólogo e à sua primeira esposa, Berta Gleizer Ribeiro. O presidente Lula, que pariticpou da inauguração, disse que Darcy foi um "pensador ousado e com coragem de ter ideias próprias sem pedir licença". - O beijódromo, com esse nome tão pitoresco [...] reflete também o lado humano de Darcy Ribeiro. E entre os arquitetos brasileiros, nenhum melhor do que Lelé, pela sua história ligada tanto a Darcy quando a UnB para dar a forma definitiva ao sonho do antropólogo que olhava para os índios imaginando que o Brasil do futuro poderia aprender com eles. A obra custou R$ 8,5 milhões sendo R$ 1,7 milhões financiados pela Fundação Darcy Ribeiro e os R$ 6,8 milhões restantes pelo governo federal. O complexo no qual os quase 29 mil alunos da universidade poderão "se pegar" deveria ter sido entregue no dia 26 de outubro, quando Darcy completaria 88 anos, mas atrasos adiaram a inauguração.