Intensidade. Essa palavra marcou minha cartografia escrita durante o III Encontro do Movimento Casa Warat. Sempre que me propunha a escrever ou a falar sobre alguma coisa, lá estava ela retumbante e estridente: “intensidade, intensidades...”
É difícil falar sobre algo que apenas corta, que apenas afeta e faz sentir. Sentia que vivia um momento especial, com pessoas especiais, mas não era qualquer momento com quaisquer pessoas. Alguma coisa era diferente. Sentia que estávamos construindo algo especial, sentia que não era exclusivamente meu, que era uma produção coletiva.
Mas o que? O diferenciou aquele momento de tantos outros? Aquelas pessoas de tantas outras? Aqueles três dias de outros dias?

Também nos permitimos questionar os limites do possível, da sensatez de uma sociedade frenética, reificada e louca. Ao questionarmos a reificação, permitirmo-nos criar mundos, pessoas, “eus” e imaginários. Vivenciamos, assim, a inquietante, gostosa, mas ao mesmo tempo angustiante sensação de loucura e de entrega sem barreiras.
Foram dias especiais, pois, parodiando o texto escrito por Alexandre Moraes da Rosa para o Encontro, sorrimos monalisamente do imaginário hegemônico instituído. Sorriso que era reflexo de várias intensidades que nos perpassavam. Nosso sorriso era alegria, tristeza, desprezo, ironia, indiferença, raiva, esperança, angústia, medo, mas também, acima de tudo, possibilidades.
Eduardo Rocha
A sugestão do sorriso, é como a sugestão da loucura.
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