quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A liberdade de ser uma Dama no Morro"


 
Encoberta pela linda noite da Vila Boa de Goiás e sensível aos ébrios copos de cerveja, a Dama sentiu-se e viu-se livre.
 
Subindo as pedras, com as saias na mão e numa ofegante excitação, em meio a casas simples de madeira, e inebriada com a energia de Xangô, que emanava daquelas lindas rochas, a Dama fez-se rainha...Rainha do Morro.
 
Cumprimentada pelo grande maestro dessa obra (Morro), Ninha, amigo fiel e protetor deste antro da liberdade, a Dama enfeitiçava quem ousasse admirá-la.
 
Trajando um lindo vestido vermelho, com grandes rosas que se entrelaçavam nos cabelos cacheados e iluminados pela lua, a Dama tomou todos os homens do Morro, um a um, e os envolveu com sua dança, charme, mistério e sensualidade...
 
Nem mesmo as mulheres escaparam das teias da sedução...
 
O Morro foi dominado por ela...a magia dos corpos revelou uma refração contagiante...a liberdade de simplesmente ser, libertino ou libertina, de amar...
 
Relembrou tempos prósperos do Morro...em que as mulheres, as Damas, as Pombas Giras, as Maria Padilha que ali viviam, revelavam a beleza de serem mulheres da noite...que amavam
que odiavam,
que beijavam,
que fumavam,
que dançavam
e eram livres...
felizes, felizes por serem tão só MULHERES!!
 
A Rainha chegou e todas as outras vieram e (re)fizeram do Morro o grande cabaré...
 
o cabaré da liberdade de ser MULHER!!!" (Luciana Ramos, 15.06.11)

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