domingo, 17 de outubro de 2010

Um dia de chuva...


Por: Nádia Pinheiro

Primeiro vem o cheiro, aquele parecido com um quê de terra molhada. Um cheiro que é inconfundível e que consegue trazer nostalgia junto com ele. O céu fica escuro, como se tivessem apagado suas luzes. Depois ouvimos um barulhinho de água, quase inperceptível, tão confortante. Esse barulhinho vai virando um barulhão, mas isso só acontece algumas vezes, outras só o barulhinho é que permanece mesmo e junto dele aquele outro de vento balançando árvore, que também é bom de se ouvir.
E a alegria começa a se fazer presente, quando estamos protegidos, claro! Do contrário, nada de alegria! A não ser quando temos a intenção de realmente ir ao encontro dela, de braços abertos, abertos MESMO!
A sensação de tranquilidade vai se aproximando... é incrível o jeito com que ela vai chegando, se fazendo perceptível aos poucos. Junto com ela vem lembranças de infância, daquele cheiro do bolo de chocolate da mãe saindo do forno, equanto você assiste Castelo Rá Tim Bum na tv. Nesse momento é bom fechar os olhos e manter a mente livre, solta. Nossa mente visita tantos lugares que as vezes precisa de um pouco de descanso e silêncio.
E assim, aos poucos, ela vai passando, deixando um pouco de seu sabor e levando algumas impurezas junto com ela... vai lavando também algumas almas, principalmente daqueles que foram ao seu encontro de braços abertos. Ah, esses ficam de fato com a alma lavada!
Sei que um dia ela voltará, trazendo os mesmos sons e sensações, a mesma vontade de voar... só que, a cada volta, ela se fará de um jeito diferente.

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