segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Still I rise ...


    Imagem retirada do filme "Flor do Deserto" que trata da circuncisão das mulheres  somalis na África.


    Você pode me riscar da História 
    Com mentiras lançadas ao ar. 
    Pode me jogar contra o chão de terra, 
    Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.  

    Minha presença o incomoda? 
    Por que meu brilho o intimida? 
    Porque eu caminho como quem possui 
    Riquezas dignas do grego Midas.  

    Como a lua e como o sol no céu, 
    Com a certeza da onda no mar, 
    Como a esperança emergindo na desgraça, 
    Assim eu vou me levantar.  

    Você não queria me ver quebrada? 
    Cabeça curvada e olhos para o chão? 
    Ombros caídos como as lágrimas, 
    Minh'alma enfraquecida pela solidão?  

    Meu orgulho o ofende? 
    Tenho certeza que sim 
    Porque eu rio como quem possui 
    Ouros escondidos em mim.  

    Pode me atirar palavras afiadas, 
    Dilacerar-me com seu olhar, 
    Você pode me matar em nome do ódio, 
    Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar. 
     
     
    Minha sensualidade incomoda? 
    Será que você se pergunta 
    Porquê eu danço como se tivesse 
    Um diamante onde as coxas se juntam?  

    Da favela, da humilhação imposta pela cor 
    Eu me levanto 
    De um passado enraizado na dor 
    Eu me levanto 
    Sou um oceano negro, profundo na fé, 
    Crescendo e expandindo-se como a maré.  

    Deixando para trás noites de terror e atrocidade 
    Eu me levanto 
    Em direção a um novo dia de intensa claridade 
    Eu me levanto 
    Trazendo comigo o dom de meus antepassados, 
    Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado. 
    E assim, eu me levanto 

    Eu me levanto 
    Eu me levanto. 
     
          
                 Maya Angelou.

Bem pessoal, minha primeira publicação! Antes tarde do que nunca né? Eu coloquei esse poema por ser o meu favorito. E ele é meu favorito por tratar da questão da escravidão. A autora é uma das maiores militantes dos Direitos Civis nos Estados Unidos, grande poetisa, autora de livros e produtora de filmes. Uma mulher com uma história de vida cercada de superação tanto no aspecto pessoal quanto no social visto que ela viveu toda a luta travada pelos negros norte americanos nas décadas de 40, 50, 60 e, convenhamos, até hoje. Com relação à imagem só um comentário: Assistam o filme! É maravilhoso.

Até a próxima, breve próxima!

Thalita Monteiro



2 comentários:

  1. Baby, o poema é mesmo lindo, e é a sua cara! Adorei a escolha! Quanto ao filme... AH! É lindo mesmo. (: Um beijo, Jô.

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  2. Muito bom, Thalita! Também gostei muito do poema! (:

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